Jordana Reis é a convidada de hoje. Inspirada pelo Chase de Um Olhar de Amor que é um fotógrafo super bem sucedido, tive a ideia de entrevistar a Jordana que é uma pessoa muito querida e que encanta a todos com seu sorriso magnifico.
– Você sempre se concentrou em em fotografar pessoas?
– Eu experimentei de tudo, mas, no final, sempre achei as pessoas e suas emoções mais interessantes que todo o resto.
– Um Olhar de Amor.
♥ Vimos acima que o Chase prefere fotografar pessoas, e pelo que pude conferir dos seus trabalhos, você compartilha dessa preferência. Por que você acha que fotografar pessoas exerce maior fascinação?
Eu amo fotografar paisagens também. Mas adoro o frio na barriga de clicar na hora mágica. Hora mágica na fotografia é outra coisa, está mais relacionado ao horário para fotografar mesmo, mas nesse sentido que estou falando, é a hora em que a pessoa se desliga um pouco de mim, a hora do brilho no olhar… Sentir que estou pronta para pegar o melhor momento da pessoa, o momento em que os olhos sorriem com a boca ou quando não sorriem, mas retratam exatamente quem aquela pessoa é. Capturar a essência das pessoas é muito divertido e pede muita sensibilidade de quem está atrás das câmeras.
♥ Conta pra gente, quando você começou fotografar?
Na verdade o amor pela fotografia é algo que sempre existiu na minha família, desde os meus dois anos brincava com máquinas de brinquedo. Com uns 6 anos eu “futricava” nas máquinas da minha mãe, que naquele tempo eram de filme e com quantidade limitada de poses, então ela perdia muitos filmes. Cresci brincando de ser a fotógrafa da família.
A ideia de investir na carreira começou no final de 2010, com uma visita de uma tia minha ao Brasil, uma tia que marcou muito a minha infância, era uma dama, amava arte, chás, boa música, livros, filmes de época, e fotografia, mesmo no auge da internet e emails, ela cultivava o hábito de escrever cartas (com uma caligrafia invejável) e juntamente com as cartas, fotografias que ela tirava.
Ela morava em Londres há quase 10 anos, veio nos visitar com o esposo e os dois filhos pequenos e entregou a câmera dela em minhas mãos, fiz fotos dos pequenos e ela amou, e comentou o talento com a minha mãe, que cultivou durante muitos anos o desejo de fotografar, mas não pode realizá-lo.
Logo minha mãe resolveu me colocar em um curso e me presentear com a câmera. Quanto a minha tia, eu mal sabia que essa seria a última vez que eu a veria. Eu comecei a estudar fotografia, a por em prática o que aprendia e em alguns meses, antes de poder mostrar os frutos de uma ideia que surgiu dela, ela descobriu que o câncer de mama que tivera, voltou em outros órgãos do corpo.
E em pouco tempo faleceu. Sempre que fotografo, lembro dela com carinho.
♥ Sabemos que ensaios New Born é a moda do momento, mas é uma técnica muito difícil. Como você se prepara para esse tipo de trabalho?
Muita organização, paciência, higiene e tempo. A fotografia new born é feita com o bebê de 0 a 20 dias de nascido, alguns fotógrafos fazem com o bebê até 17 dias apenas.
Essa técnica exige segurança e muito amor, pois estamos lidando com aquilo que os pais tem de mais precioso, e num momento muito delicado, que é o inicio da vida dos pequenos.
Já fotografei um bebê que foi preciso um dia inteiro para conseguir fotos.
♥ Vi que você faz vários ensaios de família. Como você se sente ao fazer parte desse momento tão gostoso de interação entre pais e filhos?
Confesso que já quis chorar de emoção em alguns trabalhos, é tão gostoso participar. Eu vejo o crescimento da família, o desenvolvimento das crianças. Fotografar é muito mais que clicks, é retratar a vida de alguém, logo, deve ser feito com um olhar de amor, afinal daqui alguns anos essas pessoas vão se ver, e vão lembrar o quanto aquele dia foi bom. E a maneira como meus clientes se sentem em relação a mim, enquanto são fotografados, com certeza conta muito.
♥ Jordana, muitas pessoas acham que fotografar é algo simples, e isso irrita porque vemos por ai muitos amadores se passando por profissionais. Gostaria de saber como você aperfeiçoa sua técnica, é um aprendizado constante?
Com certeza é um aprendizado constante. Não sei metade do que gostaria de saber, e acho isso divertido. Aprender coisas novas sobre a minha profissão é encantador. Participo sempre que posso de workshops e existem cursos online que ajudam muito, isso vai de como dispor os objetos que aparecem na foto, o tipo de roupa, como lidar com o cliente, como posicionar quem aparece na foto. Outra coisa que é importante a meu ver, é conversar com pessoas que estão a mais tempo que eu no ramo, e acima de tudo, nada melhor que praticar, conhecer o equipamento e ler bastante sobre como aproveitá-lo ao máximo.
A maneira como Chase dispunha as modelos e destacava as roupas contra o fundo de videiras, montanhas e céu era tão genial que o simples fato de observá-lo lhe inspirava um novo olhar para a composição.
– Um Olhar de Amor.
♥ O Bodouir – do francês quarto de senhoras – é um ensaio sensual cheio de classe. Apesar de achar lindo, acho que teria dificuldade em fazer carão rs. Como você auxilia suas modelos a se soltarem nesse momento tão íntimo?
A direção sempre fica por minha conta, mas sempre peço que elas tentem agir como se eu não estivesse lá. Converso para que respirem fundo, pensem em momentos agradáveis, e vou clicando um suspiro, clico enquanto elas vão se posicionar de alguma maneira que eu tenha direcionado.
Estou prestes a participar de mais um workshop, esse será voltado a direção de pessoas como nós, que não estão muito intimas das câmeras, mas sempre busquei estudar formas de deixar meus clientes mais a vontade. Sobre esse tipo de ensaio, acredito que o bodouir faz muito bem a auto-estima de quem procura essa modalidade. Sem falar que é excelente surpresa, como presente de aniversário de casamento ou namoro.
♥ Para finalizar, que dicas você dá para os nossos leitores que querem se aventurar por trás das câmeras?
Vou avisando logo que é uma aventura sem volta. A câmera começa a fazer parte do corpo da gente. As vezes digo: Ah se meus olhos fotografassem e eu pudesse salvar tudo em um cartão de memória. Enfim, como disse antes, ser fotógrafo não é apenas clicar, é estudar e estudar, conhecer o equipamento, ser íntimo do seu equipamento, ver os tipos de lente que se encaixam com aquilo que você pretende fotografar, e se quiser ser um profissional na área, buscar ser ético com os colegas de profissão.
Com certeza fotografar é uma aventura muito prazerosa, não há nada mais gostoso que retratar bem um momento especial, seja como amador ou profissional. Um grande abraço e boa sorte!
As fotos são perfeitas, não são? Eu ainda não tive oportunidade de fotografar com essa querida, mas o ensaio está na minha wishlist. Quem achou incrível a história da tia?
Também gostou? Conheça mais do trabalho da Jordana e marque seu ensaio aqui .
Beijinhos e até a próxima.