POR QUE CONTAMOS HISTÓRIAS?
01.10.2020

Eu amo contar histórias, minha família é cheia delas! Falo alto, dramatizo e morro de rir mesmo que já tenha contado a mesma coisa quinhetas vezes. Mas nunca tinha me perguntado: por que contamos histórias e por que isso é tão importante?
Recentemente, fiz um curso de roteiro para iniciantes cuja primeira aula foi esse questionamento. Por isso, achei válido vir compartilhar um pouco com você.

Então vamos começar dizendo que nunca contamos uma história à toa, sempre tentamos incutir um significado a ela mesmo que nas entrelinhas.
Pedro Riguetti meu professor do curso, levantou um ponto que me deixou bastante pensativa, ele disse que até nas histórias mais banais reproduzimos séculos de modus operandi.
Mesmo que a história seja à primeira vista inofensiva, podemos estar passado para frente ideias de heteronormatividade e branquitude, por exemplo.

Há cerca de 70 mil anos, os organismos pertencentes à espécie Homo Sapiens começaram a formar estruturas ainda mais elaboradas chamadas culturas. O desenvolvimento subsequente dessas culturas humanas é denominado história.

Sapiens – Uma Breve História da Humanidade

Mas afinal de contas, o que é história?

Podemos dizer que história é qualquer cadeia de eventos com início, meio e fim. Dentro dessa definição estão os livros, filmes, notícias, games, etc.
Um dos livros recomendados no curso é Sapiens – Uma Breve História Da Humanidade e foi nessa leitura que entendi a importância de contarmos histórias e criarmos mitos.

Tudo começou quando começamos a desenhar nas cavernas para representar como era a vida exterior à ela. Depois, uns 30 mil anos atrás, começamos a fofocar.
Isso mesmo, o que diferencia nossa linguagem da linguagem dos outros animais é a capacidade de falar pelas costas. Assim sendo, ficamos sabendo dos relacionamentos dentro do grupo, quem é ou não confiável, entre outras informações passadas no sigilo rs.

Além disso, contar histórias serve para ganharmos experiências sem precisar, de fato, viver uma situação. Por exemplo, se existia uma área perigosa, quem passava por ali primeiro avisava os demais, dessa forma ninguém estaria em perigo, pois a experiência serviu para que não precisassemos correr riscos desnecessariamente.

Através da contação histórias conseguiamos viver mais tempo em grupo do que quando viviamos sozinhos. O problema é que logo que esse grupo ficava muito grande, ele se colapsava por causa da disputa pelo poder.
Por isso, além da capacidade de fofocar, também somos os únicos com capacidade de transmitir informações que não existem.
Foi a partir da criação dos mitos que passamos a unificar os nossos pensamentos e sobreviver em comunidade por mais tempo.

O PODER DO MITO

Em todas as civilizações, tentamos dar sentido a realidade, foi ai que surgiram os mitos.
Segundo o dicionário, mito é um relato fantástico de tradição oral, geralmente protagonizado por seres que encarnam as forças da natureza e os aspectos gerais da condição humana; lenda.

É através do mito que aprendemos sobre alguns valores e também a temer as consequências dos nosso atos. Além disso, os mitos nos permitem imaginar coletivamente e essa realidade imaginada influência as nossas ações no mundo real. Os gregos são ótimos exemplos, criavam os deuses para explicar fenômenos naturais e os usava como forma de punição para os mortais que ousassem andar fora da linha.

Não há deuses no universo, nem nações, nem dinheiro, nem direitos humanos, nem leis, nem justiça fora da imaginação coletiva dos seres humanos.

Sapiens – Uma Breve História da Humanidade

Então, contar uma história não é tão difícil, a questão é convencer os demais a acreditarem nela. E você pode achar que vivemos em uma grande mentira, mas a verdade é que a realidade imaginada exerce influência no mundo enquanto essa crença partilhada persistir.

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Uma boa história gera emoções, propõe um olhar sobre a existência humana e é capaz de gerar empatia. O ato de contar histórias é muito poderoso, pois através disso, experimentamos novas formas de viver. Espero que você tenha gostado de aprender isso!
Beijos e até a próxima!

1 comentário

  • […] essa história só pra dizer que o seu personagem precisa ser assim. Uma coisa que sempre admirei na J.K. Rowling […]

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