Todos passamos por momentos que mudam tudo, mas nem sempre estamos atentos. Quantas vezes queremos muito algo e nem nos damos conta quando acontece?
Quando estou triste gosto de olhar para trás e ir listando todos os acontecimentos que me trouxeram ao hoje. Passeio pela minha infância, meus anos de escola, os trabalhos que eu tive, as pessoas com quem me relacionei, meus amigos, as pessoas que ficaram pelo caminho, os animais que moraram comigo, minha família, os dias que ri, os dias que chorei, enfim.
Agora, me dei conta de que faz tempo que eu não me sinto perdida. Talvez devesse, até porque estou em um dos meus piores momentos financeiros, me aventurando em outra profissão e questionando minhas escolhas que, no momento, envolvem morrer solteira.
Viajar sozinha era o primeiro item da minha Bucket List e já comecei falhando. Mas calma! Meio que deu certo também.
Uma vez, eu tive um namorado que amava viajar, tipo, muito mesmo. Mas uma coisa me irritava: ele sempre ia para os mesmos lugares. Eu ficava ali sem entender aquela fixação em voltar para o já conhecido quando se tem um mundo inteiro disponível. Claro, eu entendo que pra muita gente, ter muita opção é angustiante, mas acho que essa é uma das poucas coisas que fogem da minha personalidade virginiana: eu tenho uma curiosidade genuína pelo desconhecido. Te explico.
Eu passei todos os anos da infância e adolescência viajando apenas para o interior do Tocantins para visitar parentes. Aquilo me deixava em conflito: por um lado adorava estar ali, ver minha família e ser uma novidade na cidade minúscula, mas também me estressava porque não tinha absolutamente NADA de interessante acontecendo. Na última vez que fui, aos 16 anos, vivi um romance de verão com o vizinho e essa foi a coisa mais relevante que rolou.
2014 – Quando fui morar em Uberlândia depois de ter gostado muito de visitar a cdade pela primeira vez em 2010
Foi meu último dia no trabalho. Deixei um documento explicando para a minha sucessora toda a minha rotina para que ela não fique tão perdida e escrevi um textinho de despedida, além de deixar uma mensagem bonita no quadro para as meninas. Também limpei as gavetas.
Vou sentir saudade de vcs, meninas…
Ser jornalista nunca foi algo que eu sonhei, eu sequer me apaixonei pela profissão, mas nesse trabalho eu encontrei muita coisa: um oportunidade de aprender mais, amigas leais e uma rotina confortável que me permitiu muita coisa. Então, como nem tudo são flores, essa não foi uma despedida fácil.
Não foi, principalmente porque não foi só um até logo, sei que estou exagerando em tudo, mas a sentimento que me sufoca a garganta é o de que de alguma forma, eu não dei certo na vida. A incapacidade de me resolver sozinha.
Um tempo atrás eu teria olhado para trás em pânico porque tudo parece uma bagunça, a vida que eu levo, as dívidas que possuo, os caras em quem eu acredito. Hoje eu sinto só… esse amargo de que parece que eu não tomo boas decisões.
O aniversário da Helena foi ótimo!
Eu nem sei porque estou tão dramática a respeito disso porque eu literalmente pedi por isso. Por uma grande mudança. Mas poxa, universo, não dava pra fazer em suaves parcelas?
Helena 2 anos, reforma de casa e missão madrinha
Minha casa segue em reforma, uma mudança física. O cômodo mais afetado foi o meu quarto, também conhecido como o meu santuário e que agora já tem mais de 30 dias que mas eu decidi que eu farei o que tiver que ser feito e só depois pensar no meu quarto. Até agora, vi que preciso comprar um guarda-roupa, um criado mudo, um abajur, um tapete, tinha e massa, instalar o ar, comprar uma cortina (talvez eu faça), preciso de uma cadeira (achei uma que amei, mas… vamos ver), preciso comprar a palha indiana também, pintar a cama e mais pra frente comprar um colchão novo, caixas organizadoras e uma luminária bonita pro teto.
Missão madrinha concluída com sucesso
Agora duas coisas estão na frente: a festinha de aniversário de 2 aninhos da Helena (aqui será só mão de obra) e a viagem pra Uberlândia… Comprei a passagem de ida e irei ficar em um airbnb. Missão madrinha de casamento, acho que é isso… Quando eu voltar é que irei me resolver com o novo emprego, muita coisa acontecendo. E eu ainda inventei que quero mexer no site, mas não arrumei ngm ainda. Vida que segue.
Resolvi escutar a lista dos 100 maiores discos da música brasileira, publicada pela revista Rolling Stone Brasil em outubro de 2007. Não faço críticas profissionais e muito menos entendo de música, mas achei que fosse ser legal diversificar um pouco a minha playlist. Então, um LEMBRETE IMPORTANTE: esse post é subjetivo. A parte I está aqui.
90. Quem é Quem (1973) – João Donato
Contexto: este álbum destaca-se pela fusão inovadora de jazz, bossa nova e música latina, refletindo a versatilidade e o talento de João Donato como compositor e instrumentista.
Minha opinião: eu gosto de escutar música de manhã cedinho e achei esse um disco muito matutino. Algumas faixas me lembraram de Los Hermanos e achei que foi muito musical da minha parte kkk porque tem várias referências citando eles mesmo Nota: 7/10
89. Carnaval na Obra (1998) – Mundo Livre S/A
Contexto: conhecido por mesclar ritmos regionais brasileiros com influências do rock e do funk, este disco exemplifica o movimento manguebeat, do qual a banda foi uma das precursoras.
Minha opinião: “Ó minha pobre próstata inerte” com certeza é um dos versos que já existiram. Nota: 6/10
Você já parou pra pensar por que a gente pega geral? Tipo, de verdade, o que tem por trás disso? Escutei essa pergunta no podcast Meu Inconsciente Coletivo, com o psicanalista André Alves. A host começou o episódio com essa provocação: “O que a pessoa que pega geral quer pegar?”
André comenta que cada um dá um significado pra pegação, e então eles exploram alguns vetores bem interessantes:
Turista da cultura: quer conhecer tudo, quer passar por tudo, etc;
Vingativo: quer mostrar (pra alguém) que é capaz;
Abandono: fui abandonado, me senti profundamente desamparado e agora quero distribuir a perda;
Consumista: quero números.
Eu nunca fui uma boa solteira, e esse episódio mexeu comigo de um jeito curioso — de observância mesmo. Me vi em todas essas posições. Lembro que, no meu primeiro momento solteira, falei que ia fincar minha bandeira em todos os territórios. E foi o que eu fiz. Nos meses seguintes, nada me escapou: homens mais velhos, mais novos, gordos, magros, pretos, brancos, estudantes, trabalhadores, moleques, gente fina, babacas… Um cardápio variado de experiências. Até ok, mas sem grandes lições no final das contas. Tipo uma viagem de férias que você até curte, mas chega uma hora em que tudo o que você quer é voltar pra casa, sabe?
Se você já ouviu Take Me to Church, provavelmente conhece Hozier, mas esse artista irlandês vai muito além de um sucesso viral. Com uma voz profunda e letras poéticas, ele construiu uma carreira marcada por músicas que misturam paixão, melancolia e crítica social.
Nascido Andrew John Hozier-Byrne, o cantor de 35 anos é pisciano e tem suas influências principalmente no blues, folk e soul. Antes da fama, Hozier estudava música no Trinity College Dublin, com foco em teoria musical e performance. No entanto, ele abandonou os estudos para se dedicar completamente à carreira artística.
Então, ele compõe Take Me to Church em 2013 e grava a música no sótão da casa de seus pais, abordando temas como repressão religiosa e liberdade de expressão. O videoclipe mostra um casal gay sendo perseguido e viralizou rapidamente no YouTube e no Reddit, chamando a atenção da gravadora Columbia Records, que lançou a faixa mundialmente. A canção foi indicada ao Grammy de Canção do Ano em 2015 e consolidou Hozier como um artista relevante na cena musical.
Resolvi escutar a lista dos 100 maiores discos da música brasileira, publicada pela revista Rolling Stone Brasil em outubro de 2007. Não faço críticas profissionais e muito menos entendo de música, mas achei que fosse ser legal diversificar um pouco a minha playlist. Então, um LEMBRETE IMPORTANTE: esse post é subjetivo.
100. Circense – Egberto Gismonti (1980)
Contexto: este trabalho instrumental destaca-se pela fusão de música erudita, jazz e elementos da música brasileira, evidenciando a versatilidade e genialidade de Gismonti como compositor e multi-instrumentista.
Minha opinião: nunca tinha escutado falar do Egberto Gismonti, comecei ouvir meio desanimada e com certa resistência, mas pra minha surpresa, acabei gostando. Apesar de ser animado, se você colocar só pra ouvir, vai ser entediante, mas achei um ótimo companheiro para escrita (pra leitura achei agitado demais). Nota: 7/10
99. Revoluções Por Minuto – RPM (1985)
Contexto: marcado por hits que dominaram as paradas, este álbum mescla rock e música eletrônica, refletindo as tendências musicais dos anos 80 no Brasil.
Minha opinião: de RPM eu acho que só conhecia a música do BBB e Olhar 43, acredita? A real é que acho a voz do Paulo Ricardo irritante e as batidas meio psicodélicas entraram na minha cabeça e quase não saíram mais, mas não de uma forma positiva. Nota: 5/10
De vez em quando, gosto de revisitar o meu primeiro post, aquele de 2014. Eu tinha apenas 22 anos, ainda uma menina, mas já carregava algumas responsabilidade nos ombros. Naquela época, eu acreditava que o mundo se acabaria em amor. Mergulhava de cabeça em romances safados e passava os dias suspirando pelos cantos.
Esses dez anos foram um turbilhão de emoções. Senti tanta coisa, aprendi outras tantas e conheci mais coisas do que poderia imaginar. Pelo caminho, falei sobre filmes que me marcaram, compartilhei receitas que experimentei e até o bullet journal encontrou espaço entre os meus textos. Contei minhas angústias, dividi minhas felicidades e fiz deste espaço um reflexo de tudo o que sou e fui.
Hoje, dez anos depois, olho para trás com um misto de orgulho e nostalgia. Já não sou a mesma menina de 22 anos e o blog também mudou comigo. Talvez eu esteja mais madura, talvez menos, mas certamente com menos tempo e menos frequência nas postagens. Mas, ainda assim, estamos aqui, firmes e fortes.
Não sei o que os próximos dez anos reservam para mim e para este blog, mas tenho muito orgulho de ter chegado até aqui. Orgulho das coisas que escrevi, das histórias que contei, do quanto evoluí, apesar de todos os desafios. E, mesmo que eu nunca saiba ao certo se alguém já leu minhas palavras ou se alguém entra aqui na esperança de me encontrar, percebo que, no fim das contas, não é sobre os outros.
Este blog é o meu lar. Um lugar onde posso ser eu mesma, onde posso escrever e refletir, onde posso voltar sempre que precisar lembrar de quem fui e de quem estou me tornando. Aqui é onde me encontro, e isso, para mim, é o que realmente importa.
Wishlist – Uma coisa sobre mim: se eu quero, eu compro. No impulso mesmo, mas sabe quando certas coisas acontecem justamente para te dar uma situada na vida? Pois então, eu já estava incomodada com alguns excessos, há alguns anos tento diminuir os livros da estante, esse ano fiz o próposito de não comprar roupas. Maquiagem? Só entra novo quando o anterior acabar.
Mas nada me impede se sonhar com alguns itens e por isso fiz uma wishlist, não apenas de coisas que quero comprar, mas de experiências também.
LEITURA
Isla e o Final Feliz. Esse livro era tudo o que todo mundo queria ler depois de Anna e o Beijo Francês e Lola e o Garoto da Casa ao Lado. Sim, eu tenho esse livro desde 2014, quase uma década sem tocar no querido. Então se eu gostar, posso até ler os outros dois, se não gostar, alguém vai ganhar um livro rs.
REALITY SHOW
Já estou aqui agarrada na quinta temporada de Glow Up. É um reality de maquiagem da Netflix e eu quero muito fazer algumas makes baseadas nos episódios. É tudo muito diferentão e legal, então veremos.
PODCAST
Dia 13/09/2023 estreia a treceira temporada do podcast Pra Não Passar em Branco. A Hariana Meinke recebe mulheres de várias profissões para bater um papo cabeça, eu acho bem legal e aprendo bastante, por isso deixo aqui essa recomendação.
SKINCARE
A musa Joyce Kitamura deu o ponta pé em sua marca a The Joy Lab que promete ser autoridade em skincare só pela escolha do primeiro produto: um cleasing oil bem tecnológico, fiquei bem impressionada.
MAQUIAGEM
Lembra o que eu falei sobre só comprar maquiagem quando algo acabasse? Tá chegando a hora da base e do corretivo, e eu estou namorando Velvet, a nova coleção da Contém 1g.
Um texto forçado – Estou escrevendo esse texto sem vontade nenhuma, depois de ter passado cinco minutos olhando pra um ponto fixo e nenhum pensamento vir a mente. Mas é necessário. Pra mim e espero que pra você também, perdão se parecer desconexo.
Nos últimos anos, tenho experimentado coisas que me transformaram e sinto que me perdi no processo. Sabe quando parece que não foi gradual? Tenho a sensação de que dormi e acordei completamente diferente. Fui de uma pessoa que amava ler e escrever pra uma pessoa que ignora isso. E agora sinto saudade de mim.
Culpa – Você tem dificuldade em começar algo? Eu amo planejar, mas executar não é meu forte. Ai você me pergunta mas por que? E eu com certeza responderia: sei lá.
Mas a verdade é que nunca é um sei lá, né? A resposta é sempre: porque eu tenho medo.
E quando busco a origem do medo, tento colocar na maldade alheia. É sempre sobre o dedo alheio apontando pro meu nariz porque isso é bem mais fácil do que encarar o verdadeiro inimigo: eu.
Esses dias eu levei três socões, sabe o típico gancho de direita? E cacete… Nem o Whindersson sofreu tanto nas mãos do Popó.
Comentei: queria acordar cedo, me exercitar, estudar, ler todos os dias, sair pra trabalhar, tomar café, dormir cedo e mais uma listona de coisas, cujo minha amiga respondeu: então faz ué, o que te impede? E eu fiquei : CARAMBA, O QUE ME IMPEDE?
Ai cai na besteira de responder uma caixinha de perguntas e a mulher falou SERÁ QUE VOCÊ PRIORIZA AS COISAS CERTAS?
E por último, justifiquei tudo com a minha completa ausência de autoestima, cujo a resposta foi MINHA FILHA???? que pode ser interpretado como “meu amorzinho, ninguém liga pra sua autoestima. Esse é só um produto que vende e vende muito”. Se você quer algo, go and get it, girl!
Não sei o que eu quero começar, mas tenho sentido essa grandíssima letargia… Porém achei que seria interessante colocar isso em um texto público e daqui uns meses voltar e falar: olha só quem reagiu!
Só pra constar: eu odeio esse papinho de coach que fala que é sobre a sua força de vontade, disciplina e todo o resto. Então, acho que foi só uma questão de ouvir a coisa certa, na hora certa. Boa sorte pra mim!
Dia da gratidão – Eu andei meio emburrada com essa palavra. Gratidão aqui e acolá. Grato. Mas qual é o sentido da palavra? Foi repetida tantas vezes que perdeu o sentido.
Então, um dia, virei a chavinha: até no momento mais difícil você encontra algo para agradecer. 2020 e 2021 foram anos difíceis e mesmo sim me considero MUITO agraciada. Falar de gratidão num ano tão ingrato parece alienação, mas o que será feito de nós se até a capacidade de celebrar os pequenos momentos nos for tirada?
Então pra mim gratidão tem a ver com celebrar pessoas, conquistas e momentos. Quando parecer que não existe motivos para expressar esse sentimento, lembre-se que você está vivo, então vale a pena o agradecimento. Estamos vivos para nos declarar, para reparar erros, para recomeçar, para fazer as coisas diferentes. Agradeça pela oportunidade de um novo dia.