Imagina só que romântico: uma viagem para os lugares mais paradisíacos do Rio de Janeiro ao lado do seu amor… Parece o roteiro ideal para Dias Perfeitos, né? Mas…
GATILHOS: violência contra a mulher, sequestro, homofobia.
“Ele era coerente, racional, inabalável; acabaria descobrindo o que fazer.
A paz imóvel de Clarice incitava seus nervos numa brincadeira sádica.”
Dizem que os opostos se atraem. Téo, um tímido estudante de medicina, se apaixonou à primeira vista por Clarice, uma artista sem papas na língua.
Mas Clarice não sentiu o mesmo pelo rapaz, de modo que a única coisa a se feita para conquistá-la é, obviamente (contém ironia), sequestrar a garota e mantê-la sedada durante o cárcere enquanto anda por ai com seu corpinho dobrado em uma mala cor-de-rosa, como se ela fosse uma escovinha de dentes de viagem.
Leia também a resenha de Suicidas.
Li uma resenha falando que isso seria a romantização da psicopatia e relacionamento abusivo… E até falando que o Raphael é psicopata; mas acho que falta um pouco de pensamento crítico das pessoas ao lerem esse tipo de livro.
Em que universo a pessoa não entendeu que na cabeça do psicopata tudo o que ele fazia era para o melhor da garota e adivinha? Obviamente que isso é absurdo porque nossos valores, pelo menos espera-se que sejam, são diferentes e esse é justamente o ponto do livro: falar sobre uma história de amor do ponto de vista de uma pessoa obcecada, psicopata, enfim… Acho que precisamos desapegar dessa ideia de finais felizes.
Lembre-se: livros não têm dever moral.
O livro é bem escrito, tem situações que beiram ao engraçado de tão absurdas, mas também é muito violento. Recomendo e garanto: é algo bem diferentão. Além disso, Raphael Montes mais uma vez nos presenteia com um plot final de tirar o fôlego. Então é isso, beijo e até a próxima!
Nenhum comentário