ENTREVISTA COM LEITOR: ANA PAULA
01.08.2022

Ana Paula – Uma vez entrevistei uma fotógrafa para falar um pouco sobre o mocinho do livro Um Olhar de Amor, agora resolvi fazer algo pela Chloe que é artesã.
No livro ela faz colchas usando uma técnica chamada Quilting, que consiste em fazer desenhos de forma artesanal, utilizando linhas e retalhos para dar um visual lindo, único e diferente nas peças.
Pensando nisso, convidei a Ana Paula do @analiebordados para bater um papinho sobre a arte que ela produz: o bordado livre.

Quando e por que começou a bordar? Fale um pouco do início da sua jornada.

Minha prima me ensinou bordar ponto cruz em 2016.
Em 2017, comecei aprender bordado livre porque o ponto cruz limita o tipo de tecido a ser bordado e eu buscava liberdade.
Eu quis aprender bordar por dois motivos:

  • Queria ter uma habilidade manual;
  • Queria bordar roupas e sabia que não conseguiria fazer isso com ponto cruz.

Abri o instagram para vender os bordados porque queria ter uma renda extra e eventualmente torná-la principal.
Na verdade, eu tinha vontade de abrir um outro tipo de negócio e a venda dos bordados foi um “teste” para ver se eu daria conta de um negócio digital.
Hoje meus motivos são diferentes. Eu não me vejo só no bordado, mas essa atividade preenche muito do meu tempo. Priorizo o tempo para esse hobby, esse trabalho; dessa forma, consigo evoluir cada dia mais.

O que mais te inspira no bordado?

O que me inspira no bordado é o processo. A lentidão, o fato de ele ser demorado, de levar dias para ficar pronto.
E também como a arte do bordado foi reinventada para ser símbolo de força e não de fragilidade. É muito inspirador. O fato de eu amar ser bordadeira está muito vinculado a isso.

Fale um pouco sobre as técnicas do bordado livre.

No bordado livre não existe uma técnica específica.
Ele pode utilizar técnicas de bordado francês, português, russo, da pintura de agulha e de alguns pontos que eu não sei bem a origem. Além disso, bordadeiras estão sempre inventando novos pontos.

Quais são suas referências profissionais?

Eu descobri minhas referências aos poucos porque, no começo, só conhecia as meninas com quem aprendi bordar.
Depois que iniciei no instagram é que foi se abrindo um leque de possibilidades. Até então, eu não sabia nem o que eu ia bordar, só queria pegar encomendas para que eu pudesse bordar cada vez mais.
No início cada encomenda era um desafio porque eu sabia poucos pontos e dai eu fui aprendendo conforme as demandas do pedido.
As minhas referências profissionais acabaram vindo depois que eu já estava bordando.

As principais são a @oficinaafetiva, a Pri do @bordandoasveras e a Ayeska do @ah.bordadoamão, o estilo que ela coloca, o bordado pintura de agulha e o fato de todas as referências dela no instagram serem bem lúdicas, cria toda uma atmosfera em volta do bordado, eu acho muito interessante.
E claro as meninas do @clubedobordado, que foram as primeiras pessoas que eu conheci que bordavam e que criaram conteúdo no Brasil voltado ao bordado livre e bordado à mão.

Para bordar precisa saber desenhar?

Não é necessário. Existem técnicas que podem ser utilizadas sem a necessidade do desenho e há também pessoas que oferecem desenhos gratuitamente.
Às vezes, um desenho muito detalhado não cabe em um bordado.

Como é o seu processo criativo?

Meu processo criativo funciona diferente quando bordo para mim e quando bordo pros outros. Quando bordo para mim, ele é mais livre. Às vezes nem escolho referência, só escolho as cores e começo.
Mas também posso ter ideias que anoto, escrevo tudo o que eu acho que deveria ter no bordado, busco referências na internet e vejo as que mais se encaixam no meu estilo.
Quando eu bordo para outras pessoas a ideia já vem mais ou menos pronta, então eu só monto os elementos conforme meu estilo.
Não costumo fazer um brainstorm, geralmente eu olho, faço um rascunho no papel e encaixo os elementos conforme eu acho que vai ficar legal. Depois desenvolvo no computador, dependendo do bordado.

Que dica você daria para as pessoas que estão querendo aprender a bordar?

Minha dica é: não apresse o aprendizado. Viva ele, veja o seu progresso em todos os bordados feitos. Não tenha medo de errar, até porque no bordado é possível desfazer.
O tempo nos aprimora e é muito bom ver a nossa evolução.

Eu já conheço e TENHO um bordado dela (apoie o artista que você ama!) E sempre achei muito legal acompanhar seu trabalho e ver o carinho que ela coloca em cada bordado.
A Ana Paula mora em Araguaína – TO, mas entrega para todo o Brasil.
Eu recomendo muito o trabalho dele e acho uma forma muito especial de (se) presentear.

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