Viajar sozinha era o primeiro item da minha Bucket List e já comecei falhando. Mas calma! Meio que deu certo também.
Uma vez, eu tive um namorado que amava viajar, tipo, muito mesmo. Mas uma coisa me irritava: ele sempre ia para os mesmos lugares. Eu ficava ali sem entender aquela fixação em voltar para o já conhecido quando se tem um mundo inteiro disponível. Claro, eu entendo que pra muita gente, ter muita opção é angustiante, mas acho que essa é uma das poucas coisas que fogem da minha personalidade virginiana: eu tenho uma curiosidade genuína pelo desconhecido. Te explico.
Eu passei todos os anos da infância e adolescência viajando apenas para o interior do Tocantins para visitar parentes. Aquilo me deixava em conflito: por um lado adorava estar ali, ver minha família e ser uma novidade na cidade minúscula, mas também me estressava porque não tinha absolutamente NADA de interessante acontecendo. Na última vez que fui, aos 16 anos, vivi um romance de verão com o vizinho e essa foi a coisa mais relevante que rolou.

Uberlândia
A primeira vez que sai do meu estado foi já aos 18 anos quando fui para Uberlândia visitar a família do meu então namorado, futuro marido e futuro imperfeitamente ex-esposo. Uberlândia é uma cidade interessante: interior, mas maior que Palmas, a capital mais jovem do Brasil. Fiquei deslumbrada com o tamanho das coisas, a quantidade de gente diferente e atividades para fazer, mas também me frustrei com a frieza das pessoas e com o fato de que a família do meu ex era uma extensão da minha, então nunca me senti verdadeiramente livre.
O mar
Logo essa rotininha de férias começou me perturbar, não queria passar a vida repetindo o que acontecia na infância: indo sempre para o mesmo lugar. Então, bati o pé e foi assim que fomos parar em Florianópolis. Estava muito frio e foi assim que conheci o mar: um mergulho gelado que mudou a minha vida pra sempre.
Outros lugares
Comecei trabalhar e uma vez por ano ia para São Paulo. Foi lá que eu me apaixonei de verdade ra tão maravilhoso que quando tirei férias, resolvi ir com mais tempo. Foi a primeira vez que eu fui em uma exposição de arte de um famoso. Rio de Janeiro. BH. Brasília. Namorei um menino de Goiânia. Minha melhor amiga se mudou para Salvador e lá estava eu.
Bom, fato é que apesar de ter amado todas essas viagens, eu sinto lá dentro essa vontade de fazer algo sozinha. Ficar por ali. Em silêncio. Ouvir estranhos em um bar. Ser uma estranha. Talvez até mudar de novo. Ano passado eu estava decidida, mas outra coisa entrou no caminho: uma viagem maravilhosa para Maragogi com minha família.
Logo em seguida, fui para Uberlândia, novamente, dessa vez solteira. E essa viagem foi importante porque apesar de não estar sozinha, eu me permitir viver certas coisas (me apaixonei kkk) e também porque fiz essa longa distância de ônibus que é infinitamente mais barato, mas muito agradável.
Não viajei sozinha dessa vez, mas o desejo permanece. Quem sabe ano que vem?
*esse post faz parte da série “32 coisas para fazer antes do meu aniversário”.
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