Mais Brilhante Que O Sol 2 – Acordo com o pijama grudado no corpo e a boca mais seca que o Saara, pelo visto os remédios que engoli antes de dormir fizeram efeito. Ao meu lado, Miguel dorme a sono solto e por cima do seu ombro enxergo o relógio mostrando que são quase onze da noite.
Levanto rápido e minha cabeça pede para eu ir devagar. Minhas roupas estão emboladas na porta do banheiro, uma pequena contribuição para o caos que está o apartamento. Encontro meu celular no bolso da calça jeans e assim que aperto um botão qualquer quase sou cegada pela luz e minha cabeça volta a reclamar.
Vi: Como você está? Mandei as notas das provas no seu e-mail.
Ignoro a necessidade de tomar banho e me arrasto até a sala onde joguei minha mochila mais cedo, olho várias vezes como se fosse possível deixar passar despercebido um notebook de vinte polegadas dentro dela. Que ótimo! Esqueci na escola.
Ando de um lado para o outro roendo as unhas e então vejo o notebook do Miguel largado na mesinha de centro. Sem pensar duas vezes, abro o aparelho e espero ansiosa para que não tenha senha, mas como nada está ao meu favor, tem. Tento várias combinações: data de aniversários, o nome do cachorro. Nada. Minha última tentativa: Pgigante22 – meu namorado é idiota. Esse é o nome dele em um desses jogos online, ri muito no dia que descobri e mal acredito que a senha ridícula me concede acesso. Há várias abas abertas, ignoro todas e começo trabalhar.
Termino dois minutos antes da meia noite e sorrio de orelha a orelha pelo grande feito. Ligo para Vitória, tenho certeza de que ela ainda não foi pra cama e isso se confirma quando ela atende no segundo toque.