Quando me divorciei eu coloquei porque coloquei na cabeça que queria ser uma pessoa diferente. Entrava nas redes sociais e me maravilhava com histórias de pessoas que, do dia pra noite, mudavam de emprego, cidade e personalidade. Dormia todas as noites planejando como seria o dia seguinte, que seria diferente, mas não adiantava. Pra onde eu ia, eu estava.
Me frustrei com a ideia de não conseguir ser uma pessoa diferente. Perdi as contas de quantas personalidades eu sonhei em ser: de mulher bem-sucedida cheia de trabalho, correndo pelas ruas da cidade com um grande copo de café a uma mulher viajante que não pisa o pé em casa por meses.
Fiquei tão aficionada pela ideia de ser uma pessoa diferente que nem me liguei quando, de fato, aconteceu.

De repente não gostava mais de ler os mesmos livros, me interessei por outras músicas, passei a prestar mais atenção nos filmes, as pessoas ao meu redor estavam diferentes e minhas roupas pareciam parte de uma vida que eu nunca vivi.
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