ESTRUTURA
23.04.2024

Estrutura – Estou escrevendo um livro de acordo com o livro Manual Do Roteiro do Syd Field e vim compartilhar com vocês um pouco do meu processo. No primeiro capítulo Field nos fala sobre a diferença entre:

Romance: a ação dramática, geralmente acontece na mente do personagem principal.
Teatro: a ação ocorre na linguagem da ação dramática; que é falada em palavras.
Filme: meio visual que dramatiza um enredo básico.
Roteiro: história contada em imagens, diálogos e descrições, localizada no contexto da estrutura dramática.
Então um roteiro é basicamente uma pessoa > num lugar > vivendo suas coisas.

O roteiro tem uma forma: início, meio e fim.
Isso é o que chamamos de estrutura ou structura: construir / organizar e agrupar elementos diferentes / relacionamento entre as partes e o todo.
Eu explico: sabe um jogo de xadrez? Bom, ele é composto de quatro partes: o jogador, as peças, o tabuleiro e a regra, quatro partes essas que se unem em prol de um todo: o jogo de xadrez. Isso é uma estrutura.

Um paradigma é um exemplo, um modelo conceitual… Por exemplo: uma mesa é um paradigma. Um tampo que se apoia em quatro pernas. A partir dai, pode ser uma mesa baixa ou alta, redonda ou quadrada, de vidro ou madeira… de qualquer forma, o paradigma não muda, uma mesa continua sendo um tampo sustentado por quatro apoios. Vejamos então o paradigma do roteiro:

Esquema retirado do livro Manual do Roteiro

Considerando que o livro fala sobre roteiro de filme, é dito que uma página corresponde a um minuto de filme, ou seja, um filme de 120 minutos corresponde a um roteiro de 120 páginas. Vejamos:

ATO I / APRESENTAÇÃO (30 PÁGINAS)

Essas é a parte mais importante do roteiro, nessas 30 páginas apresentamos o personagem, sobre o que é a história e em quais circunstâncias ela se passa. É aqui que você decide se gosta ou não de uma história.

Na minha história, a garota está fugindo de um ex-namorado chato enquanto leva uma vida pacata como artista. A fuga a motiva ir até um bar onde ela conhece um mulherengo que está visitando a cidade a pedido do pai. Ela não quer se relacionar, principalmente com alguém que cheira a canalhice, mas isso não significa que eles não possam se envolver casualmente, afinal, o cara sabe muito bem como conduzir esse tipo de relação. Será que eles conseguem se manter assim?

ATO II / CONFRONTAÇÃO (60 PÁGINAS)

Todo drama é conflito, então aqui é onde o personagem enfrentam obstáculos que o impede de conseguir o que ele mais quer.

Então na minha história, enquanto tentam manter as coisas casuais, eles acabam se envolvendo cada vez mias, isso é um obstáculo, não é?

ATO III / RESOLUÇÃO (30 PÁGINAS)

Resolução não é o fim. Resolução é como decidimos que essa história vai acabar, qual é o desfecho. Eles vão terminar juntos ou não?

Para amarrar esses três atos precisamos de um ponto de virada, algo que mova a história. O primeiro plot point surge no final do ato I, entre as páginas 25 e 27.
Por exemplo, na minha história, eles estão ali se envolvendo em segredo, até que alguém descobre e eles precisam decidir se vão terminar ou revelar a relação.
O segundo plot point acontece no final do ato II, entre as páginas 85 e 90 e move a história para o final (não irei revelar esse plot na minha história rs).

É isso. Um paradigma não é uma fórmula, é uma forma. É como se fosse uma jaqueta, por exemplo, a forma é: duas mangas, frente e costas. Dentro dessa forma pode-se ter qualquer variação de estilo,
material e cor, mas a forma permanece intacta.
Já na fórmula certos elementos são montados iguais com a mesma estampa, mesmo material, mesma cor, mesmo corte…
Legal, né?

EXERCÍCIO DE ESTRUTURA (ADAPTADO)

Leia um livro. Pergunte-se quanto tempo leva para que você decida se “gosta” ou “não gosta” da história. Veja se o livro corresponde ao paradigma. Veja se consegue determinar a divisão de cada ato. Encontre a estrutura, o início, meio e fim. Note como a história é apresentada, quanto tempo você leva para descobrir o que está acontecendo e se está ou não ligado ou absorvido pelo livro. Descubra os pontos de virada (plot points) no fim dos Atos I e II e como eles conduzem à resolução.

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