Oração para Desaparecer apareceu no meu feed por meses, sempre com ótimas avaliações e resenhas bem elaboradas, então fui com muita sede ao pote, mas infelizmente, para mim, não funcionou.
A história de Aparecida começa de forma intrigante: ela é desenterrada viva em Portugal, nua, careca e sem memórias de quem foi. No entanto, essa premissa promissora logo se perde. Uma família a acolhe e explica que ela é uma ressurrecta (essa palavra kkkk), ou seja, uma pessoa que quase morre em algum lugar do mundo e reaparece em outro ponto. A função dessa família é incentivá-la a recuperar suas lembranças.
Aparecida tem sonhos confusos nos quais pequenos fragmentos de sua antiga vida aparecem, mas nada parece se conectar de verdade.

Na primeira parte do livro, Aparecida conversa com Félix, que tenta montar um passado para ela com base em suas memórias vagas. Esse homem é como se fosse o Dumbledore da história, sempre dizendo nada com nada e encerrando os capítulos com frases de efeito – e, sinceramente, muito clichês. Além disso, o ritmo da narrativa é arrastado, com essa mulher revivendo as mesmas questões sem nunca lembrar de nada novo.
Quando o livro começa a ficar bom? No final. Juro. Se tivéssemos acesso a certas informações antes (eu sei, isso não faz sentido), a leitura seria bem mais interessante. Aparecida descobre sua real identidade (esse spoiler não muda nada) e essa sim é uma personagem que me deixou sem fôlego, os rituais descritos são lindos e eu consegui enxergar muito mais potencial nessa história do passado.
Mas, no fim, é só isso. O livro entrega a mensagem de que, em algum momento, todos nós morremos metaforicamente para renascermos com a oportunidade de sermos felizes. Mé.
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