Se você já ouviu Take Me to Church, provavelmente conhece Hozier, mas esse artista irlandês vai muito além de um sucesso viral. Com uma voz profunda e letras poéticas, ele construiu uma carreira marcada por músicas que misturam paixão, melancolia e crítica social.
Nascido Andrew John Hozier-Byrne, o cantor de 35 anos é pisciano e tem suas influências principalmente no blues, folk e soul. Antes da fama, Hozier estudava música no Trinity College Dublin, com foco em teoria musical e performance. No entanto, ele abandonou os estudos para se dedicar completamente à carreira artística.
Então, ele compõe Take Me to Church em 2013 e grava a música no sótão da casa de seus pais, abordando temas como repressão religiosa e liberdade de expressão. O videoclipe mostra um casal gay sendo perseguido e viralizou rapidamente no YouTube e no Reddit, chamando a atenção da gravadora Columbia Records, que lançou a faixa mundialmente. A canção foi indicada ao Grammy de Canção do Ano em 2015 e consolidou Hozier como um artista relevante na cena musical.
Discografia
- Hozier (2014): Inclui Take Me to Church, Cherry Wine e From Eden.
- Wasteland, Baby! (2019): Destaques para Movement e Dinner and Diatribes.
- Unreal Unearth (2023): Inspirado em A Divina Comédia, de Dante Alighieri.
Referências Literárias
Hozier é um grande fã de literatura e frequentemente insere referências literárias e mitológicas em suas músicas. Alguns exemplos:
Unreal Unearth – Inspirado em A Divina Comédia de Dante Alighieri. O álbum segue uma jornada simbólica pelos círculos do Inferno, explorando emoções humanas e experiências profundas.
Talk – Faz referência a O Banquete de Platão, ao discutir a ideia do amor como uma busca pela “outra metade”.
No Plan – Inspirado em Esperando Godot de Samuel Beckett, com reflexões sobre a falta de sentido na existência.
Sunlight – Remete a O Morro dos Ventos Uivantes de Emily Brontë, retratando um amor obsessivo e intenso.
Angel of Small Death & The Codeine Scene – Influenciado pela literatura gótica sulista de Flannery O’Connor, explorando temas como culpa e espiritualidade.
Nina Cried Power – Homenageia ativistas e artistas como Nina Simone e James Baldwin, destacando sua luta por justiça social.
Unreal Unearth: Uma Jornada pelo Inferno de Dante
Lançado em 2023, Unreal Unearth é um álbum conceitual inspirado no Inferno de Dante. Hozier utiliza a estrutura dos nove círculos para representar emoções humanas, traumas e crescimento pessoal. Algumas faixas refletem diretamente os pecados e punições descritos por Dante:
Entrada no Inferno: De Selby (Part 1 & 2) faz referência ao filósofo fictício John Augustine De Selby e marca o início da jornada.
Luxúria: First Time reflete sobre paixões incontroláveis e o amor que persiste além da morte.
Heresia: Abstract (Psychopomp) trata do luto e da dor de perder alguém, questionando a existência de um pós-vida.
Violência: Who We Are fala sobre aceitação da dor e da mortalidade.
Fraude e Traição: Butchered Tongue discute a perda da identidade e da língua nativa, remetendo ao círculo da traição.
Com uma sonoridade rica que mistura folk, rock, soul e influências celtas, o álbum traz uma experiência cinematográfica, carregada de metáforas mitológicas e bíblicas.
Ativismo e Impacto Social
Além de músico talentoso, Hozier é um ativista dedicado. Ele usa sua plataforma para discutir temas como direitos LGBTQIA+, racismo e feminismo. Take Me to Church tornou-se um hino contra a hipocrisia religiosa, e sua discografia frequentemente aborda questões sociais com profundidade e sensibilidade.
Hozier não faz apenas música, ele cria experiências imersivas e emocionantes. Se você conhece apenas Take Me to Church, vale a pena explorar sua discografia e mergulhar nas camadas de suas letras e melodias.
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